Monitoramento Biológico de Ambientes Aquáticos
339
MONITORAMENTO BIOLÓGICO DE ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS CONTINENTAIS
Daniel F. Buss¹*, Renata B. Oliveira¹ & Darcilio F. Baptista¹
¹Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental, IOC, Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ. Av Brasil 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro,
RJ. CEP 21045-900.
*E-mail: dbuss@ioc.fiocruz.br
Nos últimos trinta anos, houve significativos avanços no conhecimento sobre os mecanismos de funcionamento dos ecossistemas aquáticos continentais. De acordo com Tundisi (2000), algumas mudanças conceituais importantes ocorreram neste período. A idéia de que o tratamento de água resolve todas as situações tem mudado para a percepção de que os corpos hídricos são ecossistemas complexos – requerendo a integração de diferentes áreas do conhecimento – e que um gerenciamento mais eficiente deve enfatizar a preservação das fontes de abastecimento e das reservas naturais de recursos hídricos.
A ciência que estuda esses ecossistemas, a Limnologia, avançou em termos conceituais, metodológicos e técnicos, incentivada por esta maior integração entre as ciências (Hidrologia, Hidrografia, Geologia,
Química, Botânica, Zoologia, Microbiologia e outras), principalmente no que diz respeito ao reconhecimento das relações entre usos do solo, qualidade de água e respostas biológicas, tendo as bacias hidrográficas como unidade de estudo e gestão.
No contexto de gestão integrada e participativa, descrita na Lei 9433/97 e outras, seu 7º artigo define os Planos de Gestão de Bacias como “planos de longo prazo, com horizonte de planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos”. Esse procedimento consiste em reduzir as indeterminações do futuro a partir de uma idéia do presente, selecionando-se o que hoje é prioritário e o que deve permanecer presente no longo prazo.
Este ponto é importante na medida em que tais planos buscam, na descentralização e