MOLUSCOS

Imagine que você tenha comido um animal vivo. Horas depois, quando a natureza chama e você vai ao banheiro, descarrega a carga e vê aquele bicho que você comeu momentos antes e ele ainda está "vivinho da Silva" nas suas fezes. Mas não precisa imaginar não. Na vida real isto acontece entre aves que comem lesmas. Pesquisadores do Japão descobriram este incrível caso de sobrevivência e mostraram como isso ajuda na dispersão das espécies de moluscos.

O estudo foi publicado em 2011 e mostrou que a predação pode não ser assim tão ruim para as populações de presas. Já se sabia que as sementes das plantas dependem muito das aves que as levam para lugares distantes de áreas já consolidadas. Assim, as plantas podem colonizar novos ambientes. As próprias fezes das aves funcionam para a nutrição desta semente que voa quilômetros de carona com os pássaros.

Agora sabe-se que pequenos moluscos também se beneficiam das mesmas condições para se espalhar no ambiente. Os pesquisadores fizeram testes em cativeiro com uma espécie de pequeno molusco e deram ela para duas espécies de aves que se alimentam destes bichos para saber qual a taxa de sobrevivência. Em um total de 13% e 16% para as duas espécies de aves, respectivamente, foram observados moluscos que passaram vivos por todo o trato intestinal.

Em alguns destes casos, até mesmo fêmeas destes animais, que possivelmente haviam copulado antes de serem comidos, e quando saíram pelo "fim do túnel" começaram a parir seus filhotes. Isto corrobora com a ideia que ser comido pode ser uma estratégia para estabelecer as populações de moluscos em outras regiões mais distantes de onde eles