moderno no passado
A preservação de bens arquitetônicos abrange, portanto não apenas as questões patrimoniais concretas relativas aos edifícios e ambientes em que haverá a intervenção, mas trata igualmente do patrimônio conformado pelo conhecimento acumulado em outras ações semelhantes realizadas no passado, resultantes de práticas e teorias que paulatinamente conformaram esse campo técnico do saber.
Sendo assim, fica evidente que o uso de terminologia adequada para qualificar ações dentro do campo da preservação do patrimônio arquitetônico não será de maneira alguma um aspecto secundário. Na arquitetura, como em qualquer outra área do conhecimento cultural, nada provém do nada. A preservação do patrimônio moderno nada mais é do que um aspecto peculiar de um tema mais amplo: o da preservação arquitetônica. e idéias que maneja e emprega) será necessariamente subsidiária daquela. Assim, se o objetivo é, no caso, procurar melhor compreender a questão dos nomes e conceitos rotineiramente usados nas tarefas de preservação do patrimônio, especificamente do patrimônio moderno, parece ser necessário iniciar esse estudo por um breve apanhado histórico de como e por que determinados termos – tais como restauro, reciclagem, revitalização, entre outros – passaram a comparecer na atividade arquitetônica nos últimos dois séculos e meio.
Da preservação como invenção moderna
Ao longo dos séculos sempre houve a necessidade de realizar intervenções em edificações existentes para atender a vontade ou necessidade do proprietário ou do arquiteto, raramente incorrendo em alguma preocupação maior com a manutenção das características originais do edifício, chegando mesmo a realizar-se em prejuízo delas, promovendo ampliações ou adaptações de edificações existentes onde era comum a convivência de estilos e técnicas construtivas díspares, com diferentes graus de adequação. Nesses casos, ainda não se poderia falar de restauração, nem mesmo de infração de suas normas.