Sarlo e legoff

SARLO, Beatriz. Paisagens imaginárias: intelectuais, arte e meios de comunicação/ história contra o esquecimento. São Paulo: editora da universidade de são paulo. A ideia central do texto resume-se na exposição da forma de como foi gravado o filme Shoah de Claude Lanzmann. No entanto, a autora procura destacar o processo diferenciador de como o filme lida com o Holocausto e como é feita a “presentificação” e a retomada de uma questão, que por mais explícita que se pareça, tão pouco conhecemo-la nos detalhes: a destruição dos judeus.
“Deixou que as testemunhas e os restos falassem, durante dez horas, para captar algo que, por usa natureza, é avesso à compreensão: o holocausto judeu durante o regime nazista.” (pág.35)
“A estratégia parte da ideia: que os restos materiais dos campos de concentração, se devidamente interrogados pela câmera, podem proporcionar um sentido.” (...)”Filma despojos com a ideia de poder extrair um sentido da insistência sobre esses restos de uma arqueologia fúnebre. Confia a construção de explicações do extermínio à materialidade remanescente dos campos de extermínio.” (pág. 36)
“Mas é por meio de paisagens e perguntas que, pelo método arqueológico de reconstruir a besta a partir de um osso, o perfil material da morte abandona o inferno das generalidades.” (..) “A pergunta é banal somente na superfície.” (...) “Por isso faz as perguntas que menos foram feitas e que, inesperadamente, disparam as respostas mais impressionantes porque reorganizam o discurso aprendido sobre a repressão, a crueldade, o número. (...)Ele pergunta aos oficiais nazistas quais eram suas instruções pequenas e cotidianas” (...)”Shoah demonstra que a tarefa de matar não era nada simples e, por esse caminho convence da deliberação de tudo o que se fez, da excepcionalidade da Solução Final, de seu poder de impregnar todo o regime nazistal.” (...)”Lanzmann sustenta, implicitamente, que as fotografias de corpos esqueléticos (...) já deram tudo de si. (...)”e se não