Modernismo e pós-modernismo - prosa
|Guimarães Rosa |
1. contexto histórico-político, cultural e literário do autor
1.1. contexto histórico-político
A década de 1950 foi marcada pela agitação política em sua primeira metade e pelo franco crescimento econômico nos anos restantes. Particularmente, o ano de 1954 marca o ápice da conturbação política pelo suicídio do então presidente Getúlio Vargas, evento acompanhado pela sucessão de presidentes no posto e a ameaça de intervenção militar. Em 1955, assume a presidência o mineiro Juscelino Kubitscheck, responsável por um forte crescimento econômico do país calcado no seu plano de metas “distribuídas em seis grupos: energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a ‘meta-síntese’, a construção de Brasília” (MARANHÃO, 1991: 266). O sucesso do programa é “inegável, tanto na implantação de bens de consumo durável (...) quanto no amplo desenvolvimento da siderurgia e outros ramos do setor de base. O crescimento do setor energético foi bastante intenso” (idem). O Governo de JK seria substituído por Jânio Quadros e João Goulart em 1960, até o fatídico golpe militar de 1964. O desenvolvimento atingido no Plano de Metas propiciou melhorias na vida da população, inclusive de renda mais baixa e de locais periféricos. O interior do país ganhava assim mais notoriedade e atenção por parte da política (data desta época, por exemplo, a criação da SUDENE), sendo a literatura regionalista uma bandeira e o retrato do sertão por Guimarães Rosa suas cores mais vivas.
1.2. Contexto cultural e literário
Guimarães Rosa está inserido na chamada terceira fase do Modernismo brasileiro, também conhecida como “Geração de 45”, ainda que esta delimitação seja meramente acadêmica e pouco flexível, como salienta Candido (CANDIDO, s/d: 30). Trata-se de uma época hermética da literatura brasileira, marcada pela