modernidade liquida capitulo 4
Antigamente existia uma fé no progresso da história. Confiavam em uma marcha para uma vida melhor. Porém, hoje, o progresso vem sendo questionado junto com sua soberania, credibilidade e confiabilidade, já que não se acredita mais que exista algo capaz de mover o mundo, o que demonstra a fadiga do Estado. O poder vem sendo tirado da política, mesmo que as instituições da modernidade sólida permaneçam. O trabalho foi visto como meio de aumento de riqueza e valorizado pela sua contribuição à manutenção da ordem e ordenação do destino humano, durante o capitalismo pesado. Porém, agora, no mundo humano labiríntico, o trabalho constitui apenas um episódio isolado como o resto da vida, sendo os atos de trabalho mais parecidos como estratégias de um jogador, que estabelece objetivos de curto prazo. O trabalho perde sua centralidade, esperandose que seja satisfatório por si mesmo e não pelos resultados para a humanidade, para a nação ou futuras gerações. É bem diferente do que era na modernidade sólida, na pretendiam ordenar a rotina de forma a evitar o acidente e a contingência, fazendo com que tudo se aperfeiçoasse e se tornasse mais útil e eficaz. Naquele mundo, o uso do nome de Ford era apropriado, principalmente pela intenção de se atar o capital ao trabalho em um casamento divino: os trabalhadores precisavam do emprego; o capital dependia dos empregados para produção e crescimento. Isso mudou, e a nova mentalidade é de casamentos de curto prazo, onde “flexibilidade” é slogan principal. Ainda que antes também houvesse incertezas, hoje elas são de natureza diferente e apontam para um fenômeno novo de “individualização” das biografias, que divide e turva a ideia de um “interesse comum”, o qual perde seu valor prático. Em um sentido mais amplo, a