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No livro Modernidade Líquida,( Rio de Janeiro:Jorge Zahar Ed., 2001.255p.) Zigmunt Bauman, (sociólogo polonês, que escapou dos horrores do holocausto, ganhador do Premio Europeu Amalf de Sociologia, e atualmente é Professor emérito de sociologia das Universidades de Leeds e Varsóvia ) o autor mostra como ocorreu a passagem da modernidade sólida para a líquida, onde tudo é mais leve, mais fluido. Os líquidos não mantém sua forma com facilidade. Não fixam o espaço, não prendem o tempo, se movem facilmente. Era preciso derreter os sólidos, e isso significa, antes e acima de tudo, eliminar as obrigações irrelevantes que impediam a via do cálculo racional dos efeitos. Esse derretimento levou à progressiva libertação da economia de seus tradicionais embaraços políticos, éticos e culturais.
Esse derretimento dos sólidos também acarretou no que Ulrich Beck chama de categoria zumbi e instituições zumbi, que estão mortas e ainda vivas, como o casamento, por exemplo. Nenhum molde foi quebrado sem ter sido substituído por outro. A tarefa dos indivíduos livres era usar sua nova liberdade para encontrar o nicho apropriado e ali se acomodar e adaptar.
A Modernidade começa quando o espaço e o tempo são separados da prática da vida e entre si, e assim podem ser teorizados como categorias distintas e mutuamente independentes da estratégia e da ação. O espaço é o sólido, um obstáculo aos avanços do tempo. O tempo é o lado dinâmico, ativo, a força inovadora, conquistadora e colonizadora. Administrar significava, ainda que a contragosto, responsabilizar-se pelo bem estar geral do lugar, imobilizando e rotinizando os subordinados, em nome de um interesse pessoal consciente. No futuro anunciado pelos telefones celulares as tomadas parecem ser obsoletas e devem ser trocadas por baterias descartáveis compradas individualmente em lojas, postos de gasolina e quiosques de aeroportos. Essa parece ser a distopia feita sob medida para a modernidade líquida- e