MODERNIDADE, ESTADO E A QUESTÃO SOCIAL
Dissertação
Os movimentos sociais e econômicos do século XVIII, especialmente a Revolução Industrial, no Reino Unido, no ano de 1760, e a Revolução Francesa, na França, ano 1789, trouxeram profundas transformações sociais até hoje não totalmente assimiladas organicamente pelas sociedades em geral.
No contexto de todas as transformações sociais o homem da época viu-se obrigado a viver em um ambiente que lhe era ‘estranho’, com novas relações sociais e profissionais. Uma sociedade que deixava para trás a segurança do conhecido para construção de um ideal desconhecido, uma nova maneira de ser cidadão.
A modernidade costuma ser entendida como a ruptura com a tradição herdada do pensamento medieval e o estabelecimento da autonomia da razão, o que teve enormes repercussões sobre a filosofia, a cultura e a vida social.
Neste contexto de descobrimento de uma nova forma de fazer-se cidadão, surge a figura do Estado, ente abstrato, forte e coercitivo, que lançaria luzes sobre os critérios entendidos como ‘da razão’ (razoáveis), mostrando o caminho a seguir, ou a não seguir.
Mas quem seria este Estado? O que faria? De quem seria ele o porta-voz?
O Estado surgiu e se firmou em nome dos grupos fortes que operavam no momento político da época, como ocorre ainda hoje. Assim, os grupos dominantes, imitando os anteriores, criaram as normas de conduta e o modo de vida que lhes fora interessante criar: um homem livre para trabalhar e com o resultado do trabalho poder comprar o produto que ele próprio produzia.
Essa inovação social foi um movimento histórico que envolveu tanto avanços na construção de um sistema teórico da sociedade, como o princípio de igualdade para todos, uma ‘nova’ moral social, legitima e nascida da compreensão do homem pelo homem.
Este homem ‘moderno’, racional, iluminado, buscou, e busca ainda, as respostas para suas questões fundamentais, se esforçando para viver em sociedades cada vez mais exigentes