Com base no livro Economia Monetária e Financeira de Carvalho (2007), a teoria de politica monetária no modelo de Keynes defende a ideia de que a moeda não é neutra no curto e longo prazo, sendo capaz de influenciar e alterar variáveis reais. Essa ideia é possível porque para Keynes, em contraponto à base da TQM (Teoria Quantitativa da Moeda), existem duas esferas onde ocorre a circulação da moeda. A primeira esfera, que seria equivalente à TQM, é a esfera industrial, em que a moeda exerce sua função de meio de troca girando os bens e serviços. A outra esfera é a da circulação financeira, onde a moeda torna-se um ativo com os mesmos atributos que os produtos que a mesma faz girar. Ou seja, para Keynes a moeda, além de permear as trocas na esfera industrial, é um ativo capaz de render uma remuneração por si só sem precisar de um ativo “físico” (bens e serviços). Sendo assim, a política monetária de Keynes defende que as autoridades monetárias são responsáveis pelo direcionamento da economia, utilizando-se de instrumentos que induzam as decisões de portfólio dos agentes econômicos. Estes instrumentos são: fixação compulsória de reservas bancárias; operações de redesconto com taxa de juros determinada; e operações de compra e venda de títulos públicos. Estes instrumentos auxiliam os bancos a facilitar os empréstimos de curto prazo para as firmas, e a firma transfere esse recurso da esfera financeira para a esfera industrial por transformar rapidamente suas mercadorias em moeda. Então o movimento que estes instrumentos fazem na economia é capaz de dar liquidez ou não à moeda, ou seja, é capaz de fazer que mais moedas circulem na economia ou não. A política monetária que Keynes defende é a expansionista, procurando cada vez mais dar liquidez à economia, fomentando assim a produção e o consumo como contrapartida. Keynes também admite, segundo Assaf Neto (2012), que estes instrumentos sejam utilizados para transferir renda para setores mais carentes da sociedade e pode