Modelo clássico- Organização do trabalho
MODELO CLÁSSICO - PARADIGMA DA MELHORIA DAS OPERAÇÕES
INDIVIDUAIS
Maria de Lourdes Barreto Gomes
Para se compreender como as empresas produtoras de bens se ajustam aos diferentes modelos de gestão, é importante analisar o contexto em que estes se desenvolveram, os fatores que influenciam a aplicação de um ou outro modelo, como também entender os princípios, os conceitos e as técnicas a partir dos quais se estabelecem as principais características do desenho organizacional.
A partir da prática da divisão do trabalho, estruturada por Adam Smith, inicia-se a configuração dos sistemas de produção, através dos mecanismos utilizados para atingir a racionalização e produtividade do trabalho, causando, na ótica de
Shingo (1996), um impacto de grande alcance na indústria como um todo, possibilitando o surgimento da Revolução Industrial.
As vantagens econômicas da divisão do trabalho, evidenciadas por Babage
(1969) e ratificadas por Shingo (1996), apresentam como resultados os seguintes aspectos: redução do tempo de qualificação do trabalhador e da perda de material no processo de treinamento; eliminação do tempo entre a mudança de uma ocupação à outra, como também na troca de ferramenta; aperfeiçoamento da habilidade pela freqüente repetição da tarefa; redução das quantidades de material requeridas devido à melhoria do processo de produção, na medida em que o trabalho é dividido em vários processos.
Estes fatores são determinantes para a difusão e o emprego da divisão do trabalho pelas empresas, como o caminho para se alcançar a máxima eficiência de produção. Porém, a prática da divisão do trabalho não se processou, de início, dentro de um modelo sistemático padronizado. No período correspondente ao século XVIII até o final do século XIX, segundo Antunes Jr. (1998, p. 84), “não se estabeleceu nenhum padrão hegemônico de organização e gestão do trabalho e
2 da produção, várias concepções sobre a forma de gerir a produção,