Moda é arte?
Do ponto de vista prático, a maior diferença entre a moda e a arte pode ser encontrada na sua utilidade e temporalidade. A moda é limitada por alguns fatores, incluindo usabilidade e o próprio contorno do corpo humano, já que, antes de tudo, deve vesti-lo. Ela também carrega um claro valor comercial, e seus preços podem ser determinados pelo cruzamento de suas funções e benefícios, com a percepção de marca do consumidor. A moda está envolvida com a economia, e está sempre mudando, seguindo ou criando tendências, para manter-se vendável. Enquanto que a arte, teoricamente, não sofre influência de aspectos comerciais em sua criação, também não carrega propósitos de funcionalidade, e torna-se valiosa com o tempo, e não ao contrário.
Como afirma Yahn (2013) “a arte pode ser definida como uma habilidade criativa do ser humano, que resulta em obras que são apreciadas por sua beleza, força, questionamento, protesto ou inovação”, nesse contexto, “da mesma maneira que um grande artista é admirado por suas contribuições à arte, a moda também tem um histórico de feitos importantes para a sociedade. O ‘empoderamento’ feminino está, também, manifestando em criações de Chanel ou Yves Saint Laurent. E não é preciso amar Chanel ou YSL para compreender isso”.
O principal ponto dessa questão está na maneira como a moda é percebida pelo resto da sociedade, como menos merecedora de consideração do que as outras manifestações artísticas. Como destaca Neto (2014):
A moda, (...), suscita grande ojeriza nas mentalidades “essencialistas” e religiosas. O aspecto mundano e festivo do “meio fashion” também perturba bastante os moralistas. Pouca gente, entretanto, parece se incomodar com as mundanidades sazonais do cinema, da literatura ou das artes plásticas, (...).
A moda pode ser percebida, e fundida, em todas as outras formas de arte. Ela passeia entre os mundos do dinheiro e do espírito humano, quem dita sua essência é seu criador, o artista, o