Os contextos da nutrição
Os dados foram coletados em mutirões da saúde promovidos em outubro do ano passado em estações do Metrô, no Parque Ibirapuera e no chamado Quadrilátero da Saúde, onde fica o complexo do HC. A amostra inclui a análise da altura e do peso dessas 15 mil pessoas para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Todos os participantes moram na cidade de São Paulo. O sobrepeso é estabelecido quando o IMC fica entre 25 e 29,9. Quando o IMC passa de 30, a pessoa é considerada obesa.
Do total de pessoas avaliadas pelo programa, 19% tinham obesidade grau 1 (forma mais leve); 7,2%, obesidade grau 2; e 2,7% a grau 3 (obesidade mórbida). Os resultados chamam a atenção porque dados do Vigitel 2011 (pesquisa telefônica feita pelo Ministério da Saúde) apontavam que 15,8% dos brasileiros estão obesos e 48,5% com sobrepeso.
O Vigitel é um inquérito populacional feito por telefone. A pessoa diz quanto mede e quanto pesa. E, quando a pessoa está acima do peso, a tendência é ela dizer que é um pouco mais alta e um pouco mais magra. Nessa pesquisa, todos os participantes foram pesados e medidos, resultando em uma amostra fiel, diz a nutricionista Lara Natacci, coordenadora do programa Meu Prato Saudável.
Os resultados surpreenderam o endocrinologista Dr. Márcio Mancini, responsável pelo grupo de obesidade do HC.
— Esses dados mostram que a realidade sobre obesidade no Brasil está muito pior do que imaginamos.
Para ele, a pesquisa reflete os maus hábitos da população.
— As pessoas se alimentam mal, não fazem atividade física. Além disso, estamos em um centro urbano, e o ambiente também contribui para o aumento da obesidade.
Para o nutrólogo Dr. Durval Ribas Filho,