Moda e Indústria Cultural: Uma Relação Concisa
MODA E INDÚSTRIA CULTURAL: UMA RELAÇÃO CONCISA
Tatiane Pacanaro TRINCA2
RESUMO
O presente artigo pretende relacionar o fenômeno Moda - surgido no Ocidente no período do Renascimento -, com as análises frankfurtianas a respeito da Indústria Cultural, termo empregado por T. Adorno e M. Horkhaimer em 1947 com a publicação da Dialética do
Iluminismo, para designar o processo ideológico que se manifesta não exclusivamente sob formas teóricas, mas na prática de um sistema orientado para a instrumentalização dos indivíduos em potenciais consumidores, fixando e remodelando seus estados de consciência. Para tanto, faz-se necessário compreender o papel exercido pelos meios de comunicação enquanto disseminador de um modo de existência pautado essencialmente na cultura de consumo e na padronização da dimensão subjetiva do homem.
Palavras-chave: Moda; Indústria Cultural; Consumo de Massa; Padronização; Estética.
O fenômeno moda3, tal como o conhecemos, com sua lógica serial, seus mecanismos de obsolescência e sua constante renovação de cores, modelos e tecidos efetivou-se enquanto consumo de massa somente na metade do século XX.
No início de seu surgimento, que ocorreu no Ocidente no período do
Renascimento, a moda se limitava à Corte, e era utilizada como ornamento diferenciador e distanciador entre a nobreza e as camadas burguesas. Já entre as crianças, tanto os meninos quanto as meninas, usavam o mesmo traje: o vestido. Segundo Ariès (1981, p.78),
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Parte da Pesquisa de Iniciação Científica, em andamento, financiada pela FAPESP (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo) sob o título: “A moda como expressão de uma necessidade socialmente construída e sua relação paradoxal com o estilo hippie nos anos 60”.
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Graduando do ___º ano do curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP, CEP
17525-900, Marília, São Paulo – Brasil, bolsista de Iniciação Científica da FAPESP com orientação da Drª.
Fátima