Moda, comunicação e consumo
Clívia Mesquita da Silva 1
Resumo: Este artigo tem como objetivo, a partir de pesquisas bibliográficas, analisar as relações de consumo atreladas à moda no cenário do seu surgimento tal como conhecemos hoje. Nos contextos de modernidade e emergência urbana decorrentes do capitalismo industrial, surgem novas relações sociais, econômicas e de trabalho. Propicia-se o surgimento do interesse pela subjetividade e individualidade materializados no consumo. Os meios de comunicação como legitimadores dos aparatos ideológicos para a manutenção desse sistema capitalista, convertem a moda em mercadoria à luz da teoria desenvolvida por Adorno e Horkheimer de Indústria Cultural. O consumo e o capitalismo quebram as barreiras da economia e passam a intervir na formação das consciências dos indivíduos.
Palavras-chave: Moda; Comunicação; Consumo; Modernidade; Individualidade; Indústria Cultural; Produção em massa;
1. Introdução
Com o presente trabalho sobre moda, comunicação e consumo pretendo, a partir de pesquisas bibliográficas, ambientar, a princípio, a noção de individualidade com a necessidade inerente ao indivíduo de diferenciação pela moda. Strey (2000) afirma que o desejo de comunicar não está só acoplado à moda, mas a moda é a própria comunicação. As pessoas vestem culturas e contextos e, por isso, pretendo, mais à frente, relacionar a interferência da indústria cultural na subjetividade das relações moda/indivíduo/subjetividade. A moda se consolida para além de uma simples questão de pudor ou proteção contra o frio muito antes da Revolução Industrial no Ocidente, mas esse momento histórico marca a ascensão da moda como indústria e mercado, no auge do século XIX, com os avanços da manufatura e da indústria têxtil. Vale ressaltar que a exploração da mão de obra foi marcante em todos os estágios de produção de moda na época e que a exploração do trabalho escravo e infantil se revelou uma prática constante dos