Mod 14 1
MÓDULO 14
Índice
1. O Uso da Razão 3
3. A Prática Tridimensional da Existência 4
1. O Uso da Razão
A palavra razão, na sociedade ocidental, tem origem em duas fontes: o termo latino ratio e o termo grego logos. Segundo Chauí (1997)1, ambos os termos são substantivos originados de dois verbos com sentidos semelhantes em grego e latim. “Logos vem do verbo legein, que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular” (1997, p. 59). E o que fazemos, questiona Chauí, “quando medimos, juntamos, separamos, contamos e calculamos? Pensamos com medida e proporção, pensamos de forma ordenada” (1997, p. 59). Dessa forma:
Logos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção, com clareza e de modo compreensível para os outros. Assim, na origem, a razão é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correta e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são. A razão é uma maneira de organizar a realidade pela qual esta se torna compreensível. É, também, a confiança de que podemos ordenar e organizar as coisas porque são organizáveis, ordenáveis, compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto é, as próprias coisas são racionais (CHAUÍ, 1997, p. 59).
Entendendo a razão como um modo de organizar e compreender a realidade, fazendo-a inteligível, a atitude filosófica racional irá se opor a quatro outras formas de atribuição de sentido à realidade. São elas: o conhecimento ilusório, as emoções, a crença religiosa, o êxtase místico. Portanto, segundo Chauí (1997), a razão se opõe:
1) ao conhecimento ilusório, isto é, ao conhecimento da mera aparência das coisas, que não alcança a realidade ou a verdade delas; para a razão, a ilusão provém de nossos costumes, de nossos preconceitos, da aceitação imediata das coisas tais como aparecem e tais como parecem ser. As ilusões criam as opiniões que variam de pessoa para pessoa e de