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Tendo muito mais coisas para nomear * do que permitia o seu reduzido vocabulário, os humanos da pré-história e da antigüidade usavam um mesmo vocábulo para designar diferentes emoções, idéias ou objetos. A atribuição de diferentes significados a uma mesma palavra recebeu em nossos dias o nome de "polissemia". *Ao contrário das palavras que têm uma limitação física, o pensamento e as emoções apresentam um potencial ilimitado de criação. Além disso, a palavra é material, sendo por natureza inadequada para expressar fenômenos imateriais. Quando tentamos traduzir em palavras um sentimento como o amor, frases como "eu te amo", mesmo quando sinceras, representam apenas longinquamente o real significado deste sentimento. Para expressar sentimentos e emoções a linguagem não verbal se revela muito mais eficaz. Um sorriso, um suspiro e uma lágrima, por exemplo, tornam possível expressar o que as palavras não conseguem.
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O homem moderno mantém até nossos dias o viés milenar da polissemia. Só mais recentemente, com a advento da lingüística, a ambigüidade da palavra, passou a ser objeto de pesquisa científica. Muitas palavras, desde as mais simples, a exemplo das interjeições, até as mais complexas, utilizadas tanto na linguagem científica como na popular, sofrem, ainda hoje, do mal da imprecisão, que acabou se incorporando à linguagem corrente como uma "norma cultural" característica da linguagem. Assim, uma única interjeição - "ah!" - denota alegria, satisfação, desejo, excitação, espanto, frustração e até desânimo! (Por esta razão, não é