mitre
Leandro Medrano1
Verticalidade e modernismo
O propósito do edifício é dar ordem a certos aspectos do ambiente, e com isso queremos dizer que a arquitetura controla ou regula as relações entre o homem e o ambiente. Participa, portanto, na criação de um “meio”, ou melhor, de um marco significativo para as atividades do homem (Norberg-Schulz, 1998).
As habitações coletivas verticalizadas, em suas variações formais e urbanas pós-revolução industrial, representariam uma das tipologias mais significativas e questionadas do Movimento Moderno. Contrariando o ideal bucólico dos mais românticos ou conservadores, a densificação das grandes cidades viria a inviabilizar o ideal utópico dos que ainda acreditavam que residências deveriam edificar-se isoladamente. No plano de formação das novas cidades industriais, a verticalização torna-se um parâmetro fundamental. Gerações seguidas de arquitetos realizaram um grande empenho por corresponder a essa nova demanda programática que obrigaria, por sua complexidade, a uma profunda revisão dos conceitos vigentes nos processos projetuais. Uma difícil questão, subseqüente à necessidade de uma evolução imediata nos sistemas e subsistemas construtivos, sanitários, técnicos, estéticos e urbanísticos dos novos edifícios que surgiam. A verticalização da habitação, além de transformar por completo a estrutura das cidades, recondicionou, fundamentalmente, toda relação existente entre o homem e seu habitat.
Com o advento da sociedade industrial, o debate pela instrumentação das cidades – que se expandem como em nenhuma época da história – desenvolve a preocupação por estabelecer modelos urbanísticos que assimilem a crescente demanda e, conseqüentemente, se afastem do estigma do caos ingovernável e inabitável. O setor habitacional, como resposta a esta nova realidade, incitaria contundentemente o pensamento de ideólogos que almejavam por soluções condizentes com os novos