Mito das três raças
O Mito das Três Raças:
É o "mito fundador" da nação brasileira, no qual as três raças (o branco português, o negro africano e o índio brasileiro) teriam se miscigenado de tal maneira que o povo brasileiro, a nação brasileira, a cultura e o estado brasileiro, seriam reflexo dessa miscigenação.
Segundo esse mito, a sociedade brasileira seria mestiça e homogênea, e portanto não seria plausível a existência de preconceito racial, nessa sociedade brasileira idealizada todos os indivíduos possuíriam, em potencial, igualdade formal, material e moral entre si.
É considerado um mito, pois não reflete a realidade vivida no cotidiano da sociedade brasileira hoje, ou através da sua história.
É uma realidade idealizada, segundo Fry, que perpassa a sociedade brasileira desde as interpretações acadêmicas até as relações do cotidiano.
Ainda no século XIX, com a publicação de seu tratado "A Diversidade Moral e
Intelectual das Raças", o Conde Arthur de Gobineau estabelece o princípio de que a miscigenação da raça "superior" branca e européia com as raças
"inferiores" de povos não-europeus, levaria a consequente degeneração e destruição da sociedade ocidental.
Este trabalho fornece bases para várias vertentes modernas do racismo, incluindo a vertente "científica" conhecida como o Eugenismo, que teve seu ápice ideológico na formação da ideologia racial do Partido Nazista da
Alemanha.
Esse racismo também se traduz na concepção original do mito das três raças, segundo a qual, os negros e indíos precisariam do sangue branco europeu do português colonizador para que pudessem "progredir" ou "evoluir", e que essa raça resultante, miscigenada, só poderia ser controlada através do autoritarismo político, tendo em vista a sua "tendência natural" a
"degeneração".
Roberto da Matta considera que o mito das três raças seria portanto, uma maneira reacionária de conceber a história do Brasil, reduzindo o