Missões Artísticas Holandesas no Brasil

Missões Artísticas Holandesas no Brasil

Em todas as civilizações, desde tempos remotos, o ser humano deixou registrado em paredes, objetos e rituais as mais diversas expressões, sentimentos e modos de viver.

Essas manifestações podem ser encontradas aqui mesmo, em solo brasileiro: as pinturas, na serra da Capivara, no Piauí; os artefatos de cerâmica, na ilha de Marajó e na bacia do rio Tapajós; os objetos e adornos com penas de pássaros e dentes de animais são exemplos de produções artísticas existentes em todo o Brasil.

Ao desembarcarem na nova terra, os colonizadores europeus trouxeram com eles as influências renascentistas e do início do barroco, com forte caráter religioso. Mas durante o domínio holandês, de 1630 a 1654, os temas sacros foram substituídos.

O novo governador do Brasil, Johan Moritz van Nassau – o Conde João Maurício de Nassau, protestante, partidário da tolerância e da liberdade religiosa, era um entusiasta das ciências e das belas artes.

Artistas trazidos por Nassau, sem o compromisso com temas religiosos, retrataram a paisagem, os índios, a fauna e a flora do Nordeste, produzindo um valioso material informativo e científico sobre os primeiros anos do Brasil.

A exposição Arte Brasileira nas Coleções Públicas e Privadas do Ceará possui dois núcleos: Paleontologia e Artes Visuais. Este último está dividido em sete segmentos:

- O Brasil Holandês, mostrado com pinturas e gravuras do período do domínio parcial do Nordeste pela Companhia Outorgada das Índias Ocidentais Holandesa, mais exatamente durante os quase oito anos em que Maurício de Nassau esteve no Brasil, entre 1637 e 1644.

Albert Eckhout – Frutas
Durante 24 anos (1630-1654), a ocupação holandesa no Nordeste brasileiro delegou para a História tanto uma memória de acontecimentos, entremeada de conquistas como de batalhas, quanto uma documentação visual preciosíssima. De certo, foi a presença fulgurante do Conde Maurício de Nassau-Siegen, como governador,