misericordia
A misericórdia que Jesus elogia vem da percepção penetrante da necessidade desesperada que a própria pessoa tem de misericórdia, não simplesmente a dos homens, mas especialmente a de Deus. Esta é uma misericórdia que mostra compaixão para com os desamparados (Lucas 10:37) e estende o perdão até mesmo aquele que repete a ofensa (Mateus 18:21-22). Esta compaixão não é inspirada pelas atraentes qualidades do ofensor (Como haveríamos de tratar o "feio" pecador?), mas se eleva de nosso sentido de gratidão por aquela misericórdia que Deus nos tem mostrado. Nós, também, não éramos atraentes quando Deus enviou seu Filho para a cruz (Romanos 5:8). Os cidadãos do reino do céu não esquecem suas tristes origens (Tito 3:1-5). Uma das maiores expressões deste tipo de misericórdia é o seu interesse sem egoísmo por um mundo pecador e sem atrativos, mas perdido (Mateus 9:36-38). Ela é uma força motora na pregação do evangelho.
A misericórdia para com os homens não merece a misericórdia de Deus, mas é uma evidência do espírito penitente, que é uma condição divina de perdão (Mateus 18:23-35). Os cidadãos do reino vivem entre seus companheiros, não como uma arrogante aristocracia espiritual, mas como homens perdoados e que perdoam.