Mirtaceas
A família Myrtaceae compreende duas grandes subfamílias: Myrtoideae e Leptospermoideae. A segunda possui maior concentração na Austrália; a primeira distribui-se principalmente nas Américas do sul e central (BRIGGS 1979).
Myrtaceae possui em torno de 140 gêneros e mais de 3.000 espécies, o que a posiciona como a maior família de Myrtales ( Watson & Dallwitz 2007). Estudos filogenéticos de Myrtales revelaram que a ordem é monofilética. As espécies desta família têm folhas simples, com glândulas oleíferas, flores polistêmones, ovário mediano a ínfero (Conti et al. 1997), floema interno e pontoações ornamentadas nos vasos do xilema (Johnson & Briggs 1984).
No Brasil, as espécies de Myrtaceae estão restritas à tribo Myrteae, classicamente subdividida em Myrtinae Eugeniinae e Myrciinae (Wilson et al. 2005), nomeadas aqui da tribo mais basal para a mais derivada conforme filogenia com base em dados moleculares, onde clados mais basais foram ocupados por espécies de Eucalyptus e Callistemon, entre outros gêneros (Lucas et al. 2005). Myrciinae s.s. (incluindo Calyptranthes Sw., Gomidesia O. Berg, Marlierea Cambess. e Myrcia DC. ex Guill., mas excluindo Luma A.Gray e Myrceugenia O. Berg) é monofilética (Lucas et al. 2005; Proença et al. 2006).
Entre as mirtáceas, há várias espécies com valor ornamental, quer pela delicadeza da folhagem, quer pela beleza de suas flores e do colorido dos frutos. Como muitas espécies são de porte pequeno ou médio, poderiam ser usadas em jardins e outros espaços limitados. Este é um setor em franco crescimento no estado (Kämpf e Dauat, comunicação pessoal). As mirtáceas não são valorizadas no setor de reflorestamento pela sua madeira, pois esta só se presta para fabrico de pequenas peças de ferramenta ou lenha. Porém, sua importância está ligada à recuperação de áreas degradadas e ao enriquecimento de florestas secundárias (Mairesse, 1998).
Esta família vem se destacando em diversos estudos florísticos e fitos sociológicos