mineração
A proposta de construção de mais de 90 barragens nos rios de Goiás provocará desastre no ambiente e na sociedade, com efeitos irreversíveis a curto, médio e longo prazo. A preocupação com os impactos regionais, sobretudo com o meio natural, cresce à medida que se conhecem os exemplos de barragens já construídas no Estado, com destaque para as usinas de Serra da Mesa e Cana Brava. A prova disso é que em uma área de raio não superior a 250 km2 são vinte e duas barragens contribuindo para uma transformação drástica da paisagem da meso região Sudoeste Goiano.
A mesorregião do Sudoeste de Goiás tornou-se um dos principais complexos agroindustriais da região Centro-Oeste. Essa região é um expoente em produção de grãos do Estado e sua paisagem é marcada pelo cultivo de arroz, milho, sorgo e soja e, ainda, tradicionalmente pela pecuária. Abrange uma área de aproximadamente 50.792 km², compreendendo 20 municípios, segundo IBGE.
Um grande risco para o cerrado, hoje, é a expansão do modelo energético, que ameaça seus rios com a construção de barragens para Aproveitamento Hidrelétrico
(AHE) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O processo de destruição do Cerrado pela agropecuária e agora pelo “hidronegócio” afeta toda a sociedade. Dizer que a energia gerada a partir de grandes represamentos é limpa contribui apenas para reduzir o conceito de degradação ambiental, ignorando muitas formas de poluição.
O aproveitamento de potenciais hidráulicos para a geração de energia elétrica exige a formação de grandes reservatórios e, conseqüentemente, a inundação de grandes áreas. Na maioria dos casos, trata-se de áreas produtivas e (ou) de grande diversidade biológica, exigindo a realocação de grandes contingentes de pessoas e animais silvestres. A formação desses reservatórios e a regularização de vazões provocam alterações no regime das águas e a formação de micro climas, favorecendo certas espécies, nem