Miltos Santos
Milton Santos não era contra a globalização e sim contra o modelo de globalização vigente no mundo, que ele chamava globalitarismo. Analisando as contradições e os paradoxos deste modelo econômico e cultural, Milton enxergou a possibilidade de construção de uma outra realidade, que ele considerava "mais justa e mais humana".
Neste livro, Milton Santos propõe uma interpretação multidisciplinar do mundo contemporâneo, em que realça o papel atual da ideologia na produção da história e mostra os limites do seu discurso frente à realidade vivida pela maioria das nações.
A tirania da informação e a do dinheiro são apresentadas como os pilares de uma situação em que o progresso técnico é aproveitado por um pequeno número de atores globais em seu benefício exclusivo.
O resultado é o aprofundamento da competitividade, a produção de novos totalitarismos, a confusão dos espíritos e o empobrecimento crescente das massas, enquanto os Estados se tornam incapazes de regular a vida coletiva. É uma situação insustentável. O autor enxerga nas reações agora perceptíveis na Ásia, mas também na
África e na América Latina e nos movimentos populares protagonizados pelas camadas mais pobres da população, a semente de uma evolução positiva, que deverá conduzir ao estabelecimento de uma outra globalização. A tônica desta hora é a mensagem de esperança na construção de um novo universalismo, bom para todos os povos e pessoas.
Este novo livro de Milton Santos trata da globalização como fábula, como perversidade e como possibilidade aberta ao futuro de uma nova civilização