Midias globais
- As corporações de mídia e entretenimento exercem um duplo papel estratégico na contemporaneidade. O primeiro diz respeito a sua condição de agente operacional da globalização. Não só legitimam o ideário global, mas também o transformam no discurso social hegemônico, propagando visões de mundo e modos de vida.
- A retórica da globalização tem convicção de que a fonte primeira de expressão cultural se mede pelo nível de consumo de indivíduos. Isso implica uma deslegitimação ideológica de qualquer formulação alternativa ou contestadora.
- A chamada grande mídia fabrica o consenso de que não há saída dos pressupostos neoliberais. Seu eixo ideológico se baseia no consumo enquadrado como valor universal. “Pensamento único”. Matriz ideológica que subordina os direitos sociais dos cidadãos à razão competitiva dos mercados financeiros, ocultando desigualdades e exclusões.
- Avanço do neoliberalismo no terreno ideológico-cultural pelas industrias de informação e entretenimento estruturam um capitalismo sem fronteiras. É no domínio da comunicação que se fixa a síntese político-ideológica da estrutura hegemônica.
- A mídia atua assim por adesão a globalização capitalista quanto por deter a capacidade de interconectar o planeta, através de satélites. Por exemplo, a CNN tem um caráter integrador por o mundo ter em tempo real quase sempre sob o prisma ideológico norte-americano.
- O resultado concreto do modo de produção capitalista e tecnologias de comunicação e informação resultam em uma sinergia que alimenta a acumulação de capital financeiro numa economia de interconexões eletrônicas. Com isso, assegura ao capital total fluidez para estar em constante deslocamento pelos continentes atrás de rentabilidade. Conglomerados de mídia reluzem como agentes econômicos globais.
- Grupos de mídia buscam alcançar os parâmetros lucrativos que norteiam as ações dos gigantes transnacionais. Desde a década de 90, as industrias da comunicação se