Esporte e mídia: projeção de cenários futuros para a programação regional e global
Pouquíssimos fenômenos possuem a dimensão planetária do esporte. Inserido nos meios de comunicação o esporte torna-se um espetáculo sem igual, capaz de colocar mais de dois bilhões de pessoas numa mesma platéia. Por possuir uma linguagem universal, produzida por regras padronizadas, o esporte apresenta uma espécie de estética que se amolda perfeitamente à mídia. Um gol bonito é bonito aqui e em qualquer lugar do mundo. Com a inserção midiática, algumas das mais belas obras de arte produzidas pelos diferentes esportes passaram a fazer parte do cotidiano e da memória coletiva da humanidade. Quem não se lembra de dois lances produzidos em momentos da mais pura magia da genialidade de Pelé que não resultaram em gols? Quem não se recorda da dramática cena registrada na Olimpíada de Los Angeles, com a suíça Gabriele Andersen Scheiss completando a maratona feminina cambaleando? São tantas outras imagens.
Trata-se de um esporte novo. Diferente daquele que, na sua forma moderna, nasceu na Inglaterra do final do século XIX dentro das grandes escolas, reservadas às elites da sociedade burguesa, como um elemento diferenciador de classe e que, rapidamente, foi apropriado por classes proletárias e se difundiu para o resto do mundo, orquestrado pela bandeira do amadorismo que, em última instância, representava a manutenção dos ideais mais segregacionistas da elite burguesa.
Com a inserção midiática as pessoas, praticantes ou simplesmente admiradoras do esporte, passaram a fazer parte de um mundo que cresceu de modo impressionante a cada gol, a cada recorde nas quatro últimas décadas. O mercado esportivo está diretamente ligado a uma indústria mundial que envolve cifras bilionárias, uma indústria que alcança a todos que se ligam na emoção do esporte, em qualquer parte do planeta.
Foram os satélites que possibilitaram a apropriação do esporte pela indústria do entretenimento quando ligaram os continentes pela imagem, há aproximadamente 40