Midia jovem
Mauro Dahmer - Michelle Prazeres, para o Observatório do Direito à Comunicação | 10.10.2007 | | | Em entrevista concedida ao Observatório do Direito à Comunicação, Mauro Dahmer, produtor e diretor de TV e responsável pela produção e redação das campanhas sociais e políticas da MTV Brasil, afirma que é equivocado pensar que o jovem é apático à política somente pela leitura institucional e diz que a juventude hoje está mais engajada nos processos de democracia direta, em movimentos de educação, cultura, comunicação, meio ambiente, sexualidade e música.
Observatório do Direito à Comunicação - O que é mídia jovem?
Mauro Dahmer - Se buscarmos um conceito estrito e limitado, deixamos escapar muita coisa, porque o próprio conceito de juventude não é algo sólido. A juventude para a mídia é uma invenção capitalista: um estilo de vida, um tipo de consumo. É um estilo de vida ao qual se dá o nome de jovem. A partir desta invenção, devemos pensar a mídia jovem, que surgiu na década de 60, com a música, quando as gravadoras lançavam bandas de rock e revistas no pós-guerra. Essa lógica foi se enquadrando no esquema da mídia de massa, de informação fragmentada para vender produtos. Hoje em dia, com a internet e com o atual estágio da democracia e as novas formas com que o capitalismo se organiza, a mídia jovem mudou. Está ligada a um fenômeno de consumo, informação e estilo de vida para um público consumidor, que pode ser jovem ou não. Uma pessoa de 60 anos consome mídia jovem, porque é mídia que vende um estilo de vida, que chega através da música, da revista. A mídia jovem é esta espécie de plasma, que reúne estilo de vida, informação, consumo e uma febre de comunicação incrível. Este plasma se identifica com um consumidor voraz de informação.
A MTV se define como mídia jovem?
Cada pessoa de cada área dentro da televisão pensa de uma forma. Mas enquanto veículo, ela se vê como mídia jovem. Certamente.
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