mida nos protestos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – ECO
2013.1
O Brasil está vivendo um momento de grande despertar democrático, no qual sua população vai às ruas protestar a falta de direitos garantidos pela Constituição, como saúde, educação, segurança e transporte público de qualidade. Como os manifestantes estão dizendo “não é só pelos 0,20 centavos” – o que teria sido o estopim de tanta indignação e a razão para o povo ter finalmente tomado às ruas –, é por algo bem maior, eles dizem.
No movimento é possível distinguir a cobertura da mídia e classificá-la considerando quando foi feita tal cobertura e a mensagem que a imprensa queria passar ao público em tal momento. Desde o início da cobertura é possível notar uma reconstrução do discurso midiático.
Inicialmente, o movimento foi criminalizado e visto como uma reunião de baderneiros sem foco político, que pretendiam apenas causar o caos na cidade – especialmente no trânsito. Os editoriais da Folha de São Paulo, por exemplo, apoiaram e incentivaram a dura repressão dos policiais militares aos manifestantes. Faziam questão de mostrar na maior parte do tempo as violências cometidas pelo protesto e de mostrar que a polícia estava despreparada para lidar com a ação dos vândalos. O que parecia ser a intenção da mídia era botar medo em grande parcela do povo que ainda não havia saído de casa para protestar e assim que fazendo com que esses não causassem “problemas” para o Estado. Algo que definitivamente não condiz com o papel da mesma que é de ser imparcial e mostrar todos os lados de uma informação para que o público reflita e consiga chegar a um pensamento próprio sobre determinado assunto, sem ser influenciado pelos meios. Essa foi a postura da imprensa no primeiro dia de protestos.
Com a indignação do povo, que considerou abuso de poder e desnecessária tamanha violência com os manifestantes, as pessoas que viram de suas casas tais cenas resolveram