Micro clínica
A DIFTERIA, também conhecida por Crupe, é uma doença transmissível aguda causada por bactéria que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, além de atacar o sistema respiratório, também pode, ocasionalmente, afetar qualquer ferida da mucosa ou pele. É caracterizada por placas pseudomembranosas cinza-esbranquiçadas no local da infecção.
Patógeno
A difteria é causada pelo Corynebacterium diphtheriae, um bacilo Gram-positivo, com quatro biótipos: gravis, mitis, intermedius e belfanti. Apesar dos nomes, não há correlação entre os biótipos e a virulência dos bacilos.
Virulência
A liberação de uma exotoxina é a causa de sua patogenicidade e virulência. Para que isso ocorra, o bacilo deve ser lisogenado por um bacteriófago contendo o gene tox, dando origem a descendentes tox+. Cepas não-toxigênicas também podem causar a difteria, mas sem a virulência das toxigênicas.
Corynebacterium diphtheriae multiplica-se localmente no nariz, amídalas, faringe e laringe e, menos freqüentemente, na pele, conjuntivas, vulva e ânus. Caracteriza-se pelo pequeno poder invasivo, sem bacteriemia. A toxina é a responsável pelo quadro clínico mais exuberante e grave. No local da infecção, os leucócitos, depósitos de fibrina, tecido necrótico, bacilos diftéricos (tox+ ou tox-) e outras bactérias vão formar a pseudomembrana típica da difteria. Se a cepa for toxigênica, a toxina produzida no local da infecção cai na corrente sangüínea atingindo músculo cardíaco e tecido nervoso, principalmente.
O mecanismo de ação da toxina no interior da célula, através do fragmento A, é a inibição da síntese protéica. A partir daí, pode-se imaginar os sérios distúrbios que são causados no metabolismo celular e suas conseqüências, gerando quadros clínicos tão mais graves quanto maior a absorção da toxina. No tecido nervoso ocorre a desmielinização. No miocárdio, ocorre a degeneração gordurosa e miocardite, com distúrbios no sistema de condução.
Transmissão