Mia Couto
Antônio Emílio Leite Couto, filho de emigrantes portugueses, nasceu em Beira, Moçambique, em 1955; ganhou esse apelido pela paixão pelos gatos, e o fato de seu irmão mais novo não proferir seu nome corretamente na infância. Aos 14 anos teve sua primeira poesia publicada em jornal, e aos 17 se mudou para Lourenço Marques para estudar medicina, mas no terceiro ano, abandonou os estudos para se dedicar ao jornalismo como seu pai.
Trabalhou na Tribuna até a destruição das instalações por parte de colonos contra a Independência. Depois da independência de Moçambique, se tornou diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM), e da revista semanal Tempo (1979 – 1981) e Jornal Notícia (1981 – 19985). Em 1983 publicou seu primeiro livro de poesias, intitulado como Raiz de Orvalho que inclui poemas contra a propaganda marxista militante.
Em 1985, se demitiu do Jornal Notícia para ingressar na faculdade de biologia, se especializou em Ecologia, e tem realizado trabalhos em diversas áreas como biólogo.
Mia Couto, além de um dos escritores africanos mais importantes, é também o mais traduzido, com obras traduzidas em alemão, castelhano, francês, inglês, italiano, neerlandês, norueguês e sueco e exemplares vendidos em 24 países.
Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana.
Em 1992, publicou seu primeiro romance, Terra sonâmbula, que ganhou prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX. É sócio correspondente, eleito em 1998, da Academia Brasileira de Letras, sendo sexto ocupante da cadeira 5, que tem por patrono Dom Francisco de Sousa.
Colabora há dez anos com o grupo teatral da capital de Moçambique “Mutumbela Gogo” e escreveu ou adaptou vários textos que foram representados por esse grupo.