Mexilhão dourado
O mexilhão dourado, Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) é uma espécie originária dos rios da China. Foi introduzido acidentalmente na América do Sul há mais de 10 anos por meio da água de lastro de navios mercantes descarregada nos portos argentinos no rio da Prata.
Foi registrado em 1991 na foz do rio da Prata. Nos últimos anos têm se expandido rapidamente na bacia do rio da Prata, segunda maior bacia fluvial da América do Sul, formada principalmente pelos rios Paraguai e Paraná (Fig. 1). Esta bacia é um importante elo de ligação entre os países da América do Sul, integrados através da hidrovia Paraguai-Paraná. O tráfego de embarcações entre Argentina e o Brasil é o principal vetor na dispersão do mexilhão dourado, transportado fixo nos cascos das barcaças.
Ele se reproduz rapidamente, não possui predador natural e compete na alimentação com algumas espécies de moluscos nativos, sendo considerada uma espécie exótica introduzida.
Esse molusco adaptou-se muito bem aos rios da América do Sul onde encontrou condições favoráveis para sua reprodução possuindo um enorme poder de dispersão. A água de lastro e a bioincrustação têm sido consideradas os principais mecanismos de transporte de espécies exóticas.
Depois de introduzido em uma determinada região, o mexilhão pode ser transportado, de forma adulta ou em larvas, involuntariamente, de diversas maneiras, para outros locais.
No Brasil, além da região do Pantanal, a ocorrência do mexilhão dourado está descrita para a bacia do Lago Guaíba (RS), no início do ano de 1999 e, para o reservatório da usina hidrelétrica de Itaipu em 2001. (EMBRAPA,