Metzengerstein
Este é um conto do escritor estadunidense Edgar Allan Poe, retirado do livro “Histórias Extraordinárias” que por vezes foi editado como “Contos do Grotesco e do Arabesco”. “Metzengerstein” é uma história com ares de lenda, e sem apelar para o sobrenatural, exala uma bruma sombria característica destes tipos de conto de Poe. Ele começa o conto afirmando que na Hungria da época da narrativa havia uma crença geral arraigada, embora oculta, na metempsicose (crença na transmigração da alma para outros corpos).
Metzengerstein e Berlifitzing eram duas famílias rivais da Hungria, a primeira mais rica que a segunda. Sua rivalidade já durava séculos, e o ataque de um lado só servia para aumentar a fúria do outro. Wilhelm, conde de Berlifitzing era na época desta narrativa muito velho, mas mesmo assim não abandonava suas paixões: caçadas e cavalos. E o único herdeiro dos Metzengerstein havia ficado órfão aos dezoito anos de idade, desfrutava de sua fortuna festejando e fazendo orgias, com seus criados inclusive. Certo dia mandou atear fogo aos estábulos dos Berlifitzing. Enquanto queimavam os estábulos, o jovem rico apreciava as pinturas e tapeçarias de seus antepassados, até que reparou em um cavalo, com olhos que pareciam vivos, e que não tinha notado antes. Então lhe chega a notícia de que o velho Berlifitzing havia morrido entre as chamas dos estábulos. Em seguida, aparece nas portas de seu palácio um cavalo gigantesco, o jovem Metzengerstein apaixona-se de súbito pelo enorme animal. Ninguém consegue domá-lo, com exceção do próprio órfão. Durante os dias seguintes, cavalo e cavaleiro pareciam um só, o jovem montava ao cavalo e desaparecia por suas terras, fosse sol, ou desabassem tempestades.
Até que numa noite tempestuosa, o jovem acorda e sai do palácio, lá fora está o cavalo o esperando, e ambos desaparecem no meio da noite. Os criados percebem, então, que o castelo começava a se queimar, todos fugem e o amo não retornava, quando enfim