metodologia
As reestruturações provocaram enorme aumento do desemprego e do trabalho informal. No trabalho formal, diminuíram-se direitos trabalhistas, ao mesmo tempo em que surgiram inúmeras modalidades de relações precárias de trabalho. Nos países pobres e nas economias ditas emergentes, verificou-se considerável piora nos seus já escandalosos indicadores sociais, fenômeno do qual não ficaram imunes nem mesmo os países de capitalismo central, onde o padrão do “Welfare State” tem decaído crescentemente. Ao mesmo tempo, resultaram enfraquecidos, quando não aniquilados, os antigos meios de defesa da classe trabalhadora, em especial os sindicatos e os partidos políticos de esquerda.
Revelaram-se, assim equivocadas previsões de autores como Méda (1997) e Rifkin (1995), para os quais estaríamos caminhando rumo ao “fim do trabalho”, após a ampliação das modernas técnicas e tecnologias de produção ao nível planetário. O mesmo se pode dizer das previsões de autores que, como Habermas (1991), vislumbraram a substituição da esfera do trabalho pela “esfera comunicacional”; e Offe (1989), que antevia a “perda de centralidade da categoria trabalho”. O que se vê hoje não é “o fim do trabalho”, mas a fragmentação e heterogeneização do mundo do trabalho e, por conseguinte, dos trabalhadores. As transformações que afetam atualmente os processos de trabalho e as relações de produção modificam as condições materiais do trabalho e de vida do proletariado, sua composição profissional ou política e sua consciência de classe, e isto está acontecendo em escala mundial. Os