metafisica aristoteles, ciencia primeira
Prolegômenos à metafísica aristotélica
Autor: Sávio Laet de Barros Campos.
Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em
Filosofia Pela Universidade Federal de Mato
Grosso.
1. Introdução
O presente artigo é uma tentativa de articular as ideias fundantes da metafísica aristotélica. Como diz o seu próprio título, este ensaio pretende ser um prolegômeno
[Prolegômena plural, Prolegomenon – singular= “as coisas que são ditas antes”] que sirva de aporte intelectual para quem deseja aprofundar-se nas questões primordiais da metafísica do Estagirita. Não se trata, portanto, de um comentário literal ou exaustivo do texto aristotélico. Como já advertimos, este trabalho tenciona ser uma referência para quem quiser, ulteriormente, desenvolver as questões basilares inauguradas pela metafísica aristotélica e pela metafísica em geral.
É sabido que Aristóteles dividiu as ciências em três ramos. Há as ciências teoréticas, que buscam o saber por ele mesmo. Entre elas encontram-se a matemática, a física e a metafísica. Existem, ademais, as ciências práticas, que buscam o saber com a finalidade de legarem aos homens meios conducentes à perfeição moral. Dentre estas ciências, temos a ética e a política. E há, além disso, as ciências poiéticas, que buscam o saber com o fito de produzir algumas coisas. Aristóteles considera as ciências teoréticas como superiores a todas as outras. E, dentre as ciências teoréticas, ele considera a metafísica a mais elevada:
Três são, conseqüentemente, os ramos da filosofia teórica: a matemática, a física e a teologia [= metafísica]. Com efeito, não há dúvida de que se o divino existe, existe numa realidade daquele tipo,
E não há dúvida, também de que a ciência mais elevada deve ter como objeto o gênero mais elevado de realidade. E enquanto as ciências teóricas são, de longe, preferíveis às outras duas ciências, esta é, por sua vez, de longe, preferível às outras ciências teóricas.1
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Urge observar, ademais, que o termo