Mestre
INTRODUÇÃO
O advento da Zona Franca de Manaus, e sua consolidação ao longo das duas últimas décadas, trouxe em sua esteira, efeitos sócio-econômicos diversos e até contraditórios entre a capital e o interior do Estado do Amazonas. Assim, observa-se um fortalecimento de Manaus e, uma perda relativa de importância de grande parte dos municípios do interior. Na tentativa de contribuir para atenuar os problemas associados a esses efeitos, o presente trabalho analisa as condições do agronegócio da juta e da malva no município de Manacapuru, a fim de identificar suas limitações e estratégias, que possam contribuir para sua sustentabilidade.
Manacapuru está localizado a 79 km em linha reta da capital Manaus e a 102 km por via fluvial. Mesmo enfrentando dificuldades periódicas, a produção de fibras têxteis é um dos grandes destaques da economia amazonense e o município de Manacapuru é responsável por cerca de 90% da produção estadual, de fibras de juta e malva (Sepror, 2008), fato que comprova a importância do estado neste segmento. Segundo o IBGE (1990), a introdução da cultura de fibras - inicialmente a juta - no estado do Amazonas, deu-se por volta de 1930. Posteriormente, a juta e a malva chegaram a contribuir, no seu apogeu, com cerca de 34% do total das exportações do estado e até 12% da arrecadação tributária do estado no ano de 1966.
A malva (Urena Lobato), bem como a juta (Corchorus Capsulares), até o final da década de 80, era considerada a cultura mais importante para a economia do estado do Amazonas. Tal era a importância que já em 1968, de acordo com estudos feitos por técnicos da extinta CODEAMA - Centro de Desenvolvimento, Pesquisa e Tecnologia do Amazonas (1986), estimava-se a existência de 8.000 pequenos produtores engajados na exploração de fibras, implicando 40.000 pessoas diretamente ligadas à produção de fibras e outras tantas envolvidas na prensagem e industrialização.
A cultura da