MERCADO DE TRABALHO
De acordo com Telma Souza, diretora do site, o crescimento da remuneração apontado pelo estudo beneficiou principalmente os profissionais que atuam no ambiente corporativo. "Isso engloba funções na indústria e na área de serviços", diz Telma.
Segundo a executiva, os melhores rendimentos têm incentivado muitos psicólogos a migrar de especialidade dentro da profissão, trocando a área clínica, por exemplo, pelo trabalho em segmentos tão diversos como administração hospitalar, área educacional ou recrutamento e seleção.
Mas ela faz um alerta. "Cursos de pós-graduação e MBA são mandatórios para quem quer fazer essa transição. É preciso conhecer mais sobre business e marketing", afirma.
Para os especialistas, a versatilidade da psicologia é um dos principais fatores por trás do aumento na demanda por esses profissionais no ambiente corporativo. Uma das mais recentes tendências é o recrutamento de psicólogos por empresas que trabalham com big data — processamento de um grande volume de informações online.
"Na prática, o psicólogo analisa qualquer tipo de informação digital em tempo real e compreende o que há por trás desses números", afirma Adriano Henriques, vice-presidente de inteligência de mercado da Wunderman, uma das maiores agências digitais globais.
Para Adriano, o parecer de psicólogos sobre os dados analisados é fundamental para desenvolver soluções para os negócios. "Eles auxiliam na compreensão do comportamento do consumidor; são o fator humano do levantamento estatístico." Estima-se que o déficit de mão de obra especializada em big data chegará a 60% em 2015.
Interpretação de dados
O psicólogo paulistano Arthur Nagae, de 24 anos, nem cogitou a possibilidade de atuar na área clínica. Desde que saiu da universidade, em 2012, tem trabalhado como analista de digital analytics no grupo