Mercado de Capitais
I- Mercado de Capitais – Noções Introdutórias
1.1. A intermediação financeira
A intermediação financeira pode ser compreendida a partir de dois conceitos essenciais da teoria econômica: poupança e investimento.
Existe uma multiplicidade de agentes econômicos, onde cada um tem uma intenção diversa do outro no que se refere a investimento e poupança. Assim, podemos dizer que temos os agentes:
a) deficitários – onde a pretensão de investimento excede a sua capacidade de geração de poupança;
b)superavitários – onde a capacidade de poupança supera as suas necessidades de investimento.
O sistema financeiro tem a função de prover os canais adequados mediante os quais os agentes deficitários obtêm recursos de que necessitam para realizar seus projetos, enquanto os superavitários aplicam suas poupanças. Isso ocorre com o objetivo de interligar os agentes de forma que os que têm recursos disponíveis possam aplicar sua poupança em ativos financeiros emitidos pelos agentes que deles necessitam. O papel das instituições financeiras é captar os recursos dos superavitários para emprestá-los aos deficitários, como se fosse um intermediador de credito, de forma habitual e profissional.
Por fazer esta intermediação, os bancos passam a ser devedores dos depositantes, os quais podem sacar seus recursos à vista; e credora dos deficitários, cujas dívidas são constituídas a prazo. Isto pode deixar as instituições financeiras vulneráveis a crises de confiança – corrida bancária, onde os correntistas apressam-se a sacar seus recursos com medo da instituição não ter condições de arcar com o que deve, ou seja, transformar seus ativos ilíquidas em moeda -, pois os superavitários podem sacar seus recursos a qualquer momento, enquanto os deficitários apenas podem ser cobrados à época do vencimento da dívida.
O intermediário financeiro constitui um tipo especial de empresário, o qual capta recursos do público, deles