Mentir é sempre pecado?
O Catecismo da Igreja Católica define a mentira como “falar ou agir contrariamente à verdade, para induzir em erro” [2]. No caso, trata-se de falar ou agir contrariamente àquilo que está na própria mente. Uma pessoa, por exemplo, que estivesse enganada a respeito de algo e o comunicasse, pensando ser a verdade, não mentiria. Se, ao contrário, se começa a dizer coisas que não estão de acordo com o que está na mente, a razão de ser da palavra, que é comunicar os pensamentos, desaparece.
É preciso levar em conta, sobretudo, o grande apreço que os cristãos devem ter pela verdade, pois Nosso Senhor se definiu como “o caminho, a verdade e a vida” [3] e o Espírito Santo foi chamado por Ele de “o Espírito da Verdade” [4]. Ao mesmo tempo, é com seriedade que Jesus repreende os mentirosos: “O vosso pai é o diabo, (...) nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira” [5].
Em certas circunstâncias, existe a possibilidade de se recorrer à chamada restrição mental. Em sentido estrito, também ela é pecaminosa, pois não passa de um modo “sofisticado” de mentir. Em sentido amplo, porém, sendo uma frase ou um gesto ambíguo, ela pode ser justificada, caso exista uma razão grave e proporcionada, como salvar uma vida, manter a boa fama, guardar o sigilo de Confissão ou o segredo profissional etc. Às vezes, uma pessoa faz uma