Mentes perigosas
Para quem foi criado dentro de preceitos religiosos e morais que consideram o homem intrinsecamente bom ou mesmo para aqueles que consideram o homem como uma “tabula rasa”, totalmente influenciado pelo ambiente, este livro é um tapa na cara.
Ana Beatriz é médica com pos graduação em psiquiatria logo tem condições técnicas e científicas para falar sobre o assunto, mas seu livro é fácil de ler, às vezes tão fácil que parece não ter sido escrito por uma especialista.
Reconhecer uma mente perigosa leva tempo principalmente porque uma característica dessa mente é a de parecer ser o que não é. Concorre ainda para a dificuldade o fato de os especialistas no assunto usarem de eufemismo ao classificarem um paciente como sociopata ou psicopata – dizem que ele tem um transtorno de personalidade. E fazem isso para sua própria proteção, quando estão corretos em seu diagnóstico: qual o pai que aceitaria alguém lhe dizer sobre o seu lindo filhinho de sete anos que ele é um Psicopata? Mas o fazem também para proteção do próprio indivíduo menor de idade porque ao fazerem um diagnóstico errado estarão rotulando para sempre a pessoa, o que seria um crime. A partir dos dezoito anos, porém eles vão lhe dizer na lata – Fulano é, ou você é um psicopata. E enquanto a família vai adoecer frente a essa verdade e negá-la o psicopata não vai estar nem aí, antes pelo contrário vai tirar proveito disso.
E o pior de tudo é que não há o que fazer. Não há remédio que cure essa doença, nem tratamento psicológico e psiquiátrico nem educação que resolva. O indivíduo é o que é e o que ele é pode ser atenuado ou exacerbado, mas está fora de