Mensagem Abordagem De Dois Peomas
Localização na estrutura da obra – 2ª parte
Tema: o sonho como expressão da vontade divina
Ideias / aspectos semânticos e morfossintáticos
Este poema apresenta um plano tripartido – o divino, o humano e o material. À vontade de Deus submeteram-se os portugueses, sonhando, desvendando os mares, realizando uma obra incomensurável e universal, criando um universo que, apesar de os transcender, lhes permitiu ascender a um nível superior aos humanos e realizar o desejo de Deus. Foi por vontade de Deus que partiram, foi por sonhar que conquistaram, foi por acreditar que construíram um império, foi por deixarem de sonhar que a obra ficou inacabada. Ao Portugal magnificente das descobertas sucederá (visível na terceira parte da obra) um Portugal sem identidade, sem espírito de conquista, sem futuro e sem glória, mas onde a esperança permanece embora encoberta no nevoeiro.
Após o cumprimento da missão no passado (ver formas verbais), surgiu uma época de desencanto no presente.
A obra dos portugueses parece como expressão de algo superior – o desejo de Deus.
A acção portuguesa é vista como uma forma de unificação dos povos, através do elemento líquido, que se tornou também um espaço físico unificante (verificar os vocábulos semanticamente relacionados com unidade).
No poema aparece igualmente a circularidade associada À união de espaços. Simbolicamente ligada à ideia de luz, de claridade, de conhecimento.
O conhecimento humano surge como uma realização da própria força divina. A Deus é permitida a visão totalizante da Terra.
Os descobrimentos portugueses são encarados como um sinal de carácter transcendente. No final do poema em tom de prece o eu poético evoca a intervenção divina.
As formas verbais, no primeiro verso, traduzem uma gradação semântica que consiste na evolução do elemento passivo para o elemento activo.
Os substantivos, do primeiro verso, consagram igualmente a união da trilogia Deus / Homem / obra
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