Memórias póstumas
Machado de Assis
Do Stockler Vestibulares*
Nessa importante obra de Machado de Assis, o narrador começa a história com um prólogo ao leitor. Esclarece que deverá ter, no máximo, cinco leitores, o que o colocaria em posição infinitamente abaixo de Stendhal, que o consternara ao afirmar que escrevera um de seus livros para apenas cem leitores. Explica que acrescentara a seu escrito umas rabugens de pessimismo, tendo adotado a forma livre de Sterne ou Xavier de Maistre, para o criar. Encerra o prólogo, dizendo ao leitor que a obra é, em si mesma, tudo, e que se o fino leitor se agradar dela, ele terá lhe pagado uma tarefa; do contrário, pagar-lhe-á com um piparote e adeus.
No primeiro capítulo, esclarece aos leitores que hesitara em começar suas memórias pelo princípio ou pelo fim, ou seja, não sabia se partiria de seu nascimento ou de sua morte, para iniciá-las. Compara suas memórias ao Pentateuco, que é composto pelos cinco primeiros livros do Velho Testamento, cuja autoria é atribuída a Moisés, mas sugere que as obras difeririam justamente por Moisés também relatar sua vida, mas começando a fazê-lo da maneira tradicional - partindo do nascimento.
Devido ao grande desejo de glória, Brás Cubas, conta-nos, chegou à morte. Era sua ambição criar um emplasto que curasse as pessoas da hipocondria. Entretanto, sua intenção primeira jamais fora aliviar a melancolia dos outros seres humanos e sim tornar-se um vencedor, através do miraculoso emplasto.
Na sequência, o narrador fala de suas origens, mostrando que veio de uma família de dinheiro, embora suas origens não fossem lá muito nobres, ainda que o pai teimasse em remontar sua genealogia até os fundadores de São Vicente, com a finalidade de dar à família uma tradição um pouco mais sólida.
Contando as cenas de sua infância, Brás Cubas age como se enganasse, confundisse, ludibriasse o leitor. Afirma que crescera naturalmente, à semelhança dos gatos e das magnólias. Mais