Memórias póstumas de brás cubas
Divulgado em 1881, o livro aborda as experiências de um filho abastado da elite brasileira do século XIX, Brás Cubas, sendo o marco inicial do Realismo brasileiro, escola Literária que teve como principal característica o racionalismo e cientificismo em oposição aos princípios do Romantismo. Começa pela sua morte, conta a cena do enterro, das alucinações antes de morrer, até voltar a sua infância, quando a narrativa segue de forma mais ou menos linear , interrompida apenas por comentários digressivos do narrador.
Houve duas direções do Realismo, a Psicológica da qual Machado de Assis foi o principal expoente: nela o foco da obra não são as ações, mas o modo como as personagens veem e sentem as circunstancias que vivem; e a Naturalista a qual tem como principal autor Aluísio Azevedo: nela as ações humanas aparecem determinadas pelo meio, tempo e hereditariedade, e em geral o homem aparece animalizado.
Ambas as direções realistas tem o foco no determinismo e crítica social, embora o Realismo Psicológico tenha enfoque na visão de mundo dos personagens, expondo suas contradições, ou seja, aborda em profundidade a individualidade e caráter dos personagens.
A ironia e crítica são marcas da obra de Assis, trata-se de um recurso que o autor utiliza para fazer o leitor desconfiar das declarações, dos pensamentos e das conclusões do narrador Brás Cubas, também como um instrumento de critica aos valores tomados pelos homens.
Narração foi feita em primeira pessoa, a história acontece partindo de um relato do narrador-observador e protagonista, que dirige o leitor tendo em vista sua visão de mundo, seus sentimentos e o que pensa da vida.
Complementando, a obra é feita em dois tempos. Um deles é o tempo psicológico, a morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida. O segundo é o tempo cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem: infância, adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte.
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PERSONAGENS