memorias postumas de bras cubas
Defunto-autor e narrador, Brás Cubas é o protagonista. De seu túmulo, fala encastelado numa superioridade irreverente, egoísta, presunçosa e irônica. Tem uma percepção pessimista da existência humana, por isso, anula os valores da vida terrena, ao mesmo tempo em que - peculiar na obra madura de Machado - desvenda o "mau-caratismo" da alma.
Brás Cubas é a antítese dos ideais românticos de "bom-mocismo". Sua vida é um desfilar de inconseqüências e insucessos em todos os aspectos. Ele traduz o anti-herói. Seu caráter não apenas contradiz o ideal romântico, mas também é arcabouço para a contestação machadiana ao Positivismo e ao Determinismo.
As demais personagens são (ou tornam-se) secundárias, a partir do trono em que o narcísico Brás Cubas se instala.
Marcela
É a primeira namorada, o primeiro amor, o da juventude. Trata-se de uma espanhola de vida censurável, com quem Brás Cubas gasta uma apreciável fortuna, vinda do pai - logicamente. Marcela é atacada pela varíola, adquirindo indeléveis marcas, prazerosamente descritas pelo narrador. Desfaz-se o namoro.
Lobo Neves
É quem lhe rouba a nova namorada, ou melhor, a noiva, e com ela se casa. Neves é supersticioso: tem pavor, por exemplo, do número 13.
Cotrim
Casado com a irmã de Brás Cubas, é aproveitador e servil ao mesmo tempo; ao passo que o ex-colega de escola primária, Quincas Borba, torna-se infeliz, maltrapilho, ladrão (leva o relógio de Brás Cubas no primeiro encontro) e, à custa de uma herança deixada por um tio de Barbacena, enriquece. Torna-se o filósofo-pai do Humanitismo, mas ruma para uma loucura irrecuperável que o conduzirá à morte.
Nota: Bem ao estilo de sua época romântica, as personagens não lutam pela aquisição de seus bens. Em geral, sua prosperidade advém de uma herança.
Virgília
A primeira noiva de Brás Cubas que, no entanto, casa-se com Lobo Neves. Era filha do Conselheiro Dutra, de quem Brás Cubas se aproxima por interesses políticos. Tendo-o