Memorial
Minhas memórias As palavras descritas a seguir demonstram um breve percurso pelo qual percorri e do qual me levou ao universo das Letras. E esse universo não se resume apenas aos textos escritos, e sim, a um vasto campo de linguagens presentes em filmes (bons), músicas (boas), fotografias, roupas, expressões e tudo aquilo se faz apresentar. A leitura é um exercício que promove a comunicação do texto com o leitor e também uma prática social. É um exercício, pois quanto mais se pratica a leitura mais profunda ela se torna, e mais ela será necessária. Minha família, considerando aqueles que moram comigo, não tinha o habito de ler até o final dos anos 90, por questões de necessidades e veículos informativos. Como meus pais trabalhavam praticamente o dia todo tinham que sustentar três filhos (contando comigo) que nessa época eram pequenos, não havia tempo, ou melhor, não havia muita motivação para a prática da leitura. Lembro-me de que aprendi a ler antes de cursar a 1ª série do ensino fundamental com gibis. Minhas leituras eram feitas com aquilo que eu tinha disponível para ler, como letreiros de ônibus, revistinhas e gibis, mas eu apenas queria identificar as letras nas palavras. Certa vez eu peguei um gibi do meu irmão. O que me chamou atenção era o fato de ser da “Turma da Mônica” e o título da história era “O penetra”. Meu irmão gostou da história, porém ele não queria me dizer o final então fui motivada a lê-lo para saber, além disso, os desenhos já faziam inferências do enredo. Levei meses para concluir a história e quando terminei de ler já tinha o domínio de leitura e escrita. Comecei o ensino fundamental com uma recomendação da professora da pré-escola na qual dizia que eu era silábica alfabética com valor (algo assim). Nas primeiras séries eu lia por obrigação e os professores faziam atividades prescritas. Não havia muitas atividades criativas, só as de desenhos e, particularmente, eu adorava desenhar e