Memorial

O gênero memorial é exposto no texto de Ana Lúcia Guedes-Pinto como uma atividade de rememoração. Quem escreve exerce a atividade de pensar sobre suas próprias lembranças. Guedes-Pinto diz que há um destaque do gênero para o professor, este pode refletir sobre às suas leituras e conceituá-las novamente. Esta atividade gera intensas discussões sobre as escolhas e experiências, ou seja, o memorial não é livre. Exige-se a reconstrução da memória, com o objetivo de projetar o futuro. O memorial, como deixa claro a autora, possui como características um fator simbólico em conjunto com uma pluralidade de significados. E, além disso, ele documenta e registra. Para que o relato seja possível quem escreve deve fazê-lo no tipo textual narrativo. Este processo possui peculiaridades e serve como meio para a rememoração. Citando Benjamim (1996) a autora lembra que as narrativas afastam-nos da cultura atual, uma vez que este tipo textual nos parece distante devido a sua oralidade. No entanto, como reporta o autor, este tipo está articulado a memória e, a partir disto, obtêm-se um saber socialmente construído. Já Souza e Kramer (1996) colocam o supracitado tipo textual como um espaço de produção de linguagens. A repercussão disto são as experiências compartilhadas. Esclarece às autoras que é a relação pessoal dos professores com as suas atividades de leituras e escritas que serão repensadas. Isto pode ajudar a compreender às suas práticas pedagógicas e sociais. É por meio de narrativas que estes professores trarão às suas experiências a serem analisadas. Guedes-Pinto cita Kenski para quem a análise e discussão do memorial são marcas do passado. Com este pode-se compreender a repercussão da vida profissional. Isto pode ajudar o professor a lidar com certos problemas, reformular seus posicionamentos e sua concepção em relação à atividade profissional. É por meio destas discussões que entende-se como argumenta Kenski que rememorar reflete nós mesmos, portanto.

Referência: