Memorial do convento
Notas biográficas
Oriundo de uma família de trabalhadores rurais, José Saramago nasce na aldeia ribatejana de Azinhaga (concelho de Golegã), em 1922. Faz estudos secundários; contudo, por razões económicas, não pode prosseguir estudos.
Com uma formação praticamente de autodidacta, exerce diversas profissões antes de se dedicar ao jornalismo e, depois, inteiramente à literatura a partir de 1976. Assim, passa por serralheiro, desenhador, editor e tradutor. Colabora como crítico literário na revista Seara Nova, como comentador político no jornal Diário de Lisboa (1972/73) e director adjunto do Diário de Notícias (1975). A partir do ano seguinte, dedica-se exclusivamente ao trabalho literário.
Entre as suas obras, destacam-se Memorial do Convento (1982), A Jangada de Pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989), O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1992), Ensaio sobre a Cegueira (1996), Todos os Nomes (1997) e A Caverna (2000), todas traduzidas em várias línguas.
José Saramago é comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada, desde 1985, e cavaleiro da Ordem das artes e das Letras Francesas desde 1991. É galardoadado com o Prémio Vida Literária, atribuído pela APE, em 1993; com o prémio Camões, em 1995 e, em 1998, é-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Em 1999, é doutorado honoris causa pela Universidade de Nottingham, em Inglaterra.
Contextualização da época do romance
A história de Memorial do Convento começa por volta de 1711, cerca de três anos depois do casamento de D. João V com D. Maria ana Josefa de Áustria, e termina vinte e oito anos depois (1739), aquando da realização do auto-de-fé que determina a morte de António José da Silva e de Baltasar Mateus Sete-Sóis.
É na primeira metade do século XVIII que a acção relatada se desenrola, período em que D. João V dirigia os destinos da nação.
Algumas características deste reinado devem ser enumeradas para que melhor se compreendam algumas