Memoria social
Estruturalmente, partimos do pressuposto que deve existir uma articulação maior entre memória individual e coletiva, sobretudo na construção da identidade que esse indivíduo vai carregar em suas ações e percepções cotidianas. Percepções essas que possuem em sua estrutura individual uma memória que comunga lembranças do grupo, mas que busca em sua inserção coletiva estruturar-se em exterioridades históricas circundantes dessa memória.
Vamos pensar então o conceito de “Representação Coletiva”. Este conceito norteador dentro da caracterização de Maurice Halbwachs ,acerca de uma Memória Coletiva é visualizado pela projeção de elementos passados que se articulam entre grupos de lembranças partilhadas por vivências diferentes, mas que se comunicam em uma balança de interesses.
É neste momento que muitas vezes é a figura de um narrador, por exemplo, intermediário das mediações e na inserção individual na coletividade deve aparecer para colocar os pingos nos “is”.
Afinal, como James Joyce pode nos ajudar a entender a mudança entre memória individual e coletiva? Da mesma forma como na epopéia moderna de Ulisses onde vemos um Leopold Bloom que sai em fluxo de consciência e experimentações literárias pelas ruas de Dublin em um único dia, assim é a mudança estrutural provocada pela memória individual e coletiva ao estruturar-se como parte constitutiva de uma identidade social individual. que deve ser entendido é que o fluxo de consciência individual apenas pode ser compreendido, pois suas percepções individuais sorvem da coletividade sua base, ao passo que neste processo também a estrutura por meio de suas ações na coletividade à medida que transita por diferentes espaços sociais, não necessariamente físicos.
a importância de analisar a memória, as experiências herdadas, mantidas ou modificadas, para se ter uma dimensão próxima da visão de mundo em que as novas gerações estão sendo educadas e até que ponto continuam-se reproduzindo relações sociais