Melhoramento de plantas, visando resistencia de doenças e pragas
1 - Introdução
A redução do rendimento de diversas culturas, em razão da incidência de doenças, tem contribuído para o desequilíbrio da demanda e da oferta de alimentos em todo o mundo. Muitas vezes é difícil estimar as perdas decorrentes de doenças específicas, porque as culturas, geralmente, são atacadas por mais de um agente etiológico ao mesmo tempo.
A tabela 1 apresenta algumas estimativas de redução na produtividade do feijoeiro, causada por diversas espécies de patógenos. Estas estimativas ilustram a importância econômica das doenças, especialmente quando se consideram grandes áreas de plantio. Estima-se também que as perdas decorrentes da ferrugem asiática da soja ultrapassam US$ 2 bilhões desde que o patógeno surgiu no Brasil.
Agente Etiológico | Redução de Rendimento (%) | Referência | Colletotrichum lindemuthianum | 55 | Vieira (1964) | Meloidogyne sp. | 67 | Freire e Ferraz (1977) | Phaeoisariopsis griseola | 1-41 | Santos Filho et al. (1978) | Uromyces phaseoli var. typica | 21-42 | Nasser (1976) | Vírus do mosaico-dourado | 43-73 | Almeida et al. (1979) | Vírus do mosaico-dourado | 100 | Carner et al. (1981) |
A resistência a doenças constitui um dos principais objetivos dos programas de melhoramento da maioria das espécies agronômicas, e olerícolas. Os sucessos obtidos nesta área têm sido de grande importância para a estabilização do rendimento das cultura de safra para safra. Estima-se que 25% dos recursos destinados ao melhoramento convencional sejam utilizados no desenvolvimento de variedades resistentes a doenças. Isto porque o controle de doenças através do uso de variedades resistentes é o mais barato e de fácil utilização. Outras vantagens são a menor agressão ao meio ambiente (comparado com o uso de agrotóxicos), ao agricultor (que fica menos exposto aos agrotóxicos) e ao consumidor que pode consumir produtos sem agrotóxicos.
Em algumas espécies, o controle de