Melanie klein
ORGANIZADORES: FABIO A. HERRMANN
AMAZONAS ALVES LIMA
COORDENADOR: FLORESTAN FERNANDES
O PENSAMENTO KLEINIANO: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA
1 – ESTRANHEZA E CONVICÇÃO
Melanie Klein situa o seu trabalho como o desenvolvimento natural, o “aprofundamento” das investigações psicológicas de Freud (mestre).
Melanie Klein “humanizou” a Psicanálise, pois a traduziu em termos de intuição mais fácil, mais próximos ao básico da emoção, configurando o psiquismo em algo mais “observável” para o estudante.
A teoria de Melanie Klein promove uma “reviravolta” por causar estranheza e adesão: em um primeiro momento de leitura, o texto kleiniano pode ser considerado um disparate, uma pornografia cuidadosamente bizarra. Mas essa estranheza é passageira e pode resultar em uma adesão calorosa quando a psicologia que se estudou pode ser encontrada por toda parte, por ter certa dose de dificuldade, ao ponto que tão cedo, o leitor passa a ver os dinamismos kleinianos exemplificados pelas pessoas e assim, nasce uma formidável sensação de descoberta, compreensão e poder: “INCRÍVEL, TÃO ABSURSO E NO ENTANTO É EXATAMENTE ASSIM!”
“DO ATEÍSMO À RELIGIÃO O PASSO É TÃO PEQUENO...”: Deve-se ter cautela e atenção com relação a esta oscilação súbita da estranheza para a convicção.
Melanie Klein apresenta modelos explicativos das origens da vida anímica como se fossem fatos psíquicos concretos – é preciso estar atento para não engolir o modelo, sem deglutir, mastigar e refletir, pois desta forma, é perigoso aderir este modelo até onde ele não está, supondo quando não é observável.
A fórmula que a escola kleiniana utiliza é a da recuperação ou instauração de racionalidade aos sentimentos mais profundos ou primitivos (encontrados nos primeiros estágios do desenvolvimento infantil), é a ligação de elos de uma cadeia (como se fosse elucidar um crime).
Essa psicologia dos sentimentos pode ser caracterizada em dois