Meios quentes e meios frios
O ENVOLVIMENTO DETERMINA A TEMPERATURA O assunto tratado na obra dá ênfase para o novo comportamento das tecnologias na vida humana, tudo por nós estarmos nos tornando cada vez mais dependentes das comunicações, em suas várias interfaces. O contexto contemporâneo é de um dinamismo perplexo: sempre há novos recursos e esses estão em constante “versão beta”¹. Existe, no século XXI, mais do que em toda a linha de tempo da história da tecnologia, um paradoxo entre não se deixar infectar pela tecnofobia² e tentar, em simultâneo, estar sempre presente, em contato, com o mundo digitalizado. O filósofo canadense, na sua teoria de que “o meio é a mensagem”, defende que nenhum meio (ex.: televisão, rádio, carro, luz), ou seja, nenhuma máquina, nenhuma tecnologia, é neutra. Um ocasionador disso é que, ao serem criadas por homens, as inovações já iniciam com um propósito - seja ele político, social, etc. -, já nascem com uma intenção. Porém, o que realmente conta é que depende da maneira que um meio é usado numa sociedade para que possa haver a absorção da sua mensagem. A mensagem, para ter importância, tem que exercer uma função para o meio, seja informar ou entreter. A essência da sociedade é o que determina o uso do meio e, também, o uso da reprodução da sua mensagem, inicialmente intrínseca. Um meio sempre traz uma mensagem, mas para a mesma causar impacto é indispensável que se expanda e contenha profundidade social; a mensagem deve possuir capacidade de ampliação e penetrabilidade. É uma questão de sucesso e desempenho um meio ter que gerar um efeito cíclico com sua mensagem: despertar a vontade humana de buscar por conhecimento para inicializar o processo de pensamento, criação, crítica, e, novamente, sede por informações. Analisando o caráter dos meios, McLuhan concluiu que existem dois tipos: os quentes e os frios. Um meio quente seria o que não precisa de participação do usuário, dá conta sozinho de seu andamento; um