meio é a mensagem
Olga Pombo
A tese central
Marshall McLuhan parte de uma tese central: o Meio é a Mensagem.1 Trata-se
de uma formulação excessiva pela
qual o autor pretende sublinhar que o meio, geralmente pensado como
simples
canal
de
passagem
do
conteúdo
comunicativo, mero veículo de transmissão da mensagem, é um elemento determinante da comunicação.
Enquanto
tende
suporte
material
da
comunicação,
o
meio
a ser definido como transparente, inócuo, incapaz
de determinar positivamente os conteúdos comunicativos que veícula. A sua única incidência no processo comunicativo seria negativa, causa possível de ruído ou obstrução na veículação da mensagem. Pelo contrário, McLuhan chama a atenção para o facto de uma mensagem proferida oralmente ou por escrito, transmitida pela rádio ou pela televisão, pôr 1
em
jogo,
em
cada
caso,
diferentes
estruturas
Em co-autoria com Quentin Fiore, McLuhan publica em 1967 uma obra com o título, The Medium is the Message: An Inventory of Effects, Harmondsworh: Penguin.
perceptivas,
desencadear
diferentes
mecanismos
de
compreensão, ganhar diferentes contornos e tonalidades, em limite, adquirir
diferentes
significados.
Por
outras
palavras, para McLuhan, o meio, o canal, a tecnologia em que a comunicação se estabelece, não apenas constitui a forma comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação. Partindo desta tese central, McLuhan vai desencadear uma dupla
operação:
1)
estudar
a
evolução
dos
meios
comunicativos usados pelos homens ao longo da sua História e, 2) identificar as características específicas de cada um desses diferentes meios de comunicação. São estes dois vectores de investigação que estão na raíz das suas duas obras fundamentais, a saber: Understanding Media2, de 1964, na qual procura determinar as propriedades diferenciadores de cada